quinta-feira, 12 de abril de 2012

Famílias camponesas tocantinenses ameaçadas de despejo - Mais uma vez o estado mostra de que lado esta.

*Por Pedro Ferreira

Acampamento nas Margens das Rodovias
Cerca de 1000 famílias camponesas que ocupam a fazenda Dom Augusto (Município de Porto Nacional-TO) a mais de um ano, receberam no ultimo dia 4 de abril uma liminar de reintegração de posse da área, sendo que o governo do estado (Siqueira Campos-PSDB) pretende cumprir a mesma.

A fazenda pertence a um grupo de ruralista de Santa Catarina que arrendava a área para o cultivo da monocultura (plantio de soja e cana), como também para criação de bovinos para o comercio de carne.

O acampamento Sebastião Bezerra da Silva (homenagem ao militante de direitos humanos assassinado em 2010 no estado) é o maior do Tocantins, segundo lideranças a cerca de 300 crianças na ocupação. As famílias temem que a ocupação se torne um novo Pinheirinho.

As famílias têm razão em temer uma reintegração de posse da área, pois ás ações por parte dos governos a serviço do capital privado tem mostrado a que interesses defendem. O Pinheirinho só é um exemplo mais recente do processo de criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, como também de onde o estado é capaz de chegar (passando por cima da própria lei), para atender os interesses da burguesia.

Exemplos que mostram a ação criminosa do estado brasileiro contra os movimentos sociais e suas reivindicações, sobretudo no campo, não são raras, ao contrario, podemos evocar os casos mais emblemáticos como o massacre de Eldorado dos Carajás ou de Corumbiara, como também podemos citar as milhares de mortes que acontecem todos os anos por conflito de terras, como mostra o caderno de conflitos no campo lançado pela CPT todos os anos.

Ações criminosas por parte do estado em todos os seus níveis (municipal, estadual e federal) como também em todas as esferas (legislativo executivo e judiciário), são realizadas quase todos os dias no campo, contra os camponeses sem terra, os povos indígenas entre outros, e que infelizmente não ganham a mesma visibilidade que ganhou o caso do Pinheirinho devido ao isolamento.

Diante disso não cabe a nós apenas nos indignar, mais, sobretudo dentro dos limites de cada um nos mobilizar para denunciar esses absurdos, dando visibilidade a esses casos, e obrigando a esse estado burguês a recuar dessas ações.

Não tenham duvida de que em um estado onde impera a lei do Latifúndio, em que o governador agi como um ditadorzinho bufão, fará tudo para que seja garantidos os privilégios de seus pares. Por outro lado cabe a nós lutarmos contra essa decisão judicial absurda.

Façam moções de solidariedade as famílias e de repudio contra a ação do estado e encaminhem cartas ou fax para o Juiz Adhemar Chúfalo Filho da primeira vara cível da Comarca de Porto Nacional -TO. Edifício do fórum, Avenida Presidente Kenndy, lote E quadra 23, setor Aeroporto, Porto Nacional-TO- CEP: 77500-000, fones 63 33631144/1720. Fax: 63 33635659 ramal 212. Processo 2011.0010.6019-4

* Pedro Ferreira é Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista

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