quinta-feira, 28 de junho de 2012

Feira por do sol



Entrevista com a Luciana Pedrosa Machado Viana coordenadora geral da Feira Por do Sol.
Qual é o nome do projeto?
Luciana: Essa atividade comercial e cultural após várias discussões recebeu o nome de “FEIRA POR DO SOL” de Campos Belos.
Qual é o principal objetivo dessa Feira?
Luciana: O nosso principal objetivo e cria uma feira que oportunize e valorize os micro-empreendedores do município,proporcionando a participação em novos mercados, dando maior visibilidade aos produtos oferecidos , e conseqüentes promovendo o aumento de renda dos mesmos e uma possível geração de trabalhado.
Quando iniciou essa Feira?
Luciana: Em 12 de maio de 2012.
Quantos feirantes hoje estão na Feira?
Luciana: Tem 75 feirantes e mais 30 na espera de vaga.
Luciana: Nós contamos com o apoio da Secretaria De Ação Social na organização geral da feira e também apoio da Prefeitura De Campos Belos. O nosso maior parceiro é o Banco Do Povo.
Coordenação da Feira: Luciana Pedrosa Machado Viana e Maria da Conceição Oliveira S. Bastos.
 
Venham todos e todas participar dessa linda Feira aos sábados frente a Prefeitura Municipal de Campos Belos – Go  a partir das 17:30 as 22:30 horas.







FOTOS








Ao lado da Fonte frente a Feira Por do Sol

terça-feira, 26 de junho de 2012

Conselho de Ética aprova cassação do mandato de Demóstenes

 O Conselho de Ética do Senado aprovou na noite desta segunda-feira (25), por unanimidade (15 votos a favor e 0 contra), relatório que pede a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres pelo elo com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Para se efetivar, a perda de mandato ainda precisa passar por análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois ser votada no plenário da Casa, onde o voto é secreto.

 A maioria dos integrantes do colegiado seguiu o entendimento do relator, Humberto Costa (PT-PE), para quem Demóstenes quebrou o decoro e usou o mandato parlamentar para tentar beneficiar o contraventor, preso no fim de fevereiro na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

 O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que "já esperava" o resultado. "Fizemos exatamente esse pedido, tendo em vista o que aconteceu. O correto é que fosse ao plenário. Conversando com o senador, ele concordava com a tese de que o plenário é quem tinha que decidir", afirmou. Ele disse ainda ter a "expectativa de que o senador será inocentado em plenário.

 No parecer, de 79 páginas e lido em aproximadamente três horas, Costa disse que o mandato de Demóstenes foi "corrompido". "Afirmo, sem tergiversar, que o senador Demóstenes Torres teve um comportamento incompatível com o decoro parlamentar: percebeu vantagens indevidas e praticou irregularidades graves no desempenho do mandato", disse o relator.

MAIS INFORMAÇÕES VEJA NA PÁGINA DO G1:  http://g1.globo.com

quinta-feira, 21 de junho de 2012

IMPLANTAÇÃO DO PROJETO EDUCANDO PARA A LIBERDADE NA UNIDADE PRISIONAL DE CAMPOS BELOS

 

COLÉGIO ESTADUAL PROFESSORA RICARDA
EXTENSÃO: UNIDADE PRISIONAL



IMPLANTAÇÃO DO PROJETO EDUCANDO PARA A LIBERDADE


Campos Belos – Go, 20 de junho de 2012.

“Educação exige os maiores cuidados porque influi sobre toda a vida” Lucius Annaeus.


Desde o Seminário Nacional pela Educação nas Prisões que foi realizado em Brasília entre os dias 12 e 14 de julho de 2006, como singular expressão dos esforços que os Ministérios da Educação e da Justiça e a Representação da UNESCO no Brasil vêm envidando, no sentido de criar condições e possibilidades para o enfrentamento dos graves problemas que perpassam a inclusão social de apenados e egressos do sistema penitenciário.
De fato, desde 2005 essas instituições vêm trabalhando juntas em torno do Projeto "Educando para a Liberdade", o qual deu origem a uma série de atividades e conquistas no campo da Educação nas Prisões. Oficinas Técnicas, Seminários Regionais, Proposições para a Alteração da Lei de Execução Penal, Financiamento de Projetos junto aos Sistemas Estaduais e o próprio fortalecimento das relações entre os órgãos de Governo responsáveis pela questão no âmbito federal são alguns dos resultados que merecem ser contabilizados ao longo desse período. Toda essa disposição está fundada em duas convicções. Primeiro, de que educação é um direito de todos. Depois, de que a concepção e implementação de políticas públicas visando ao atendimento especial de segmentos da população estrutural e historicamente fragilizados, constituem um dos modos mais significativos pelos quais o Estado e a Sociedade podem renovar o compromisso para com a realização desse direito e a democratização de toda a sociedade. O espaço e o tempo do sistema penitenciário, aliás, confirmam esses pressupostos. Embora não faltem referências no plano interno e internacional, segundo as quais se devam colocar em marcha "amplos programas de ensino, com a participação dos detentos, a fim de responder às suas necessidades e aspirações em matéria de educação", ainda são muito tímidos os resultados alcançados.
Assim é que, como demonstram dados do Ministério da Justiça, de 240.203 pessoas presas em dezembro de 2004, apenas 44.167 encontravam-se envolvidas em atividades educacionais, o que equivale a aproximadamente 18% do total. Isso muito embora a maioria dessa população seja composta por jovens e adultos com baixa escolaridade: 70% não possuem o ensino fundamental completo e 10,5% são analfabetos. Para agravar a situação, o cumprimento do direito de presos e presas à educação não apenas escapa dos reclamos cotidianos do que se convencionou chamar de opinião pública, como muitas vezes conta com sua desaprovação.
Em termos históricos, esse cenário tem sido confrontado a partir de práticas pouco sistematizadas, que em geral dependem da iniciativa e das idiossincrasias de cada direção de estabelecimento prisional. Não existe uma aproximação entre as pastas da Educação e da Administração Penitenciária que viabilize uma oferta coordenada e com bases conceituais mais precisas. Ignoram-se, com isso:
• O acúmulo teórico e prático de que o país dispõe no terreno da Educação de Jovens e Adultos (EJA), enquanto modalidade específica para o atendimento do público em questão e seguramente mais apropriada para o enfrentamento dos desafios que ele impõe;
• A singularidade do ambiente prisional e a pluralidade de sujeitos, culturas e saberes presentes na relação de ensino-aprendizagem;
• A necessidade de se refletir sobre a importância que o atendimento educacional na unidade prisional pode vir a ter, para a reintegração social das pessoas atendidas.
Nessas condições, o Seminário Nacional realizado foi idealizado como um momento no qual as discussões realizadas durante todas as atividades executadas no Projeto – ou a partir do Projeto –, pudesse ser traduzido para orientações concretas aos órgãos do Poder Público e à Sociedade Civil em relação a este cenário, na perspectiva de inspirar a produção de experiências exemplares de sua transformação.
Hoje, o Colégio Estadual Professora Ricarda e a Unidade Prisional no Município de Campos Belos - Go, amparados pela Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Resolução nº 02, de 19 de maio de 2010 do Ministério da Educação, Resolução nº 564, de 12 de novembro de 2010 do Conselho Estadual de Educação de Goiás, ofício nº 025, de 06 de fevereiro de 2012 da Promotoria Pública de Campos Belos e Portaria nº 2198 de 24 de abril de 2012 do Gabinete da Secretaria Estadual da Educação do Estado de Goiás, resolve Implantar, a partir de agosto de 2012 a 1ª e 2ª etapa do Ensino Fundamental na Modalidade de Educação de Jovens e adultos, no Colégio Estadual Professora Ricarda Extensão na Unidade Prisional do Município de Campos Belos – Go, jurisdicionado a Subsecretaria Regional de Educação de campos Belos.
O presente Relatório consolida os resultados dos debates e proposições que a esse respeito foram realizados por todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, estiveram envolvidos nesse processo de diálogo e construção coletiva. Para o nosso Projeto se concretizar nesta Unidade Prisional, destacamos e agradecemos A Promotoria Pública de Campos Belos, a Subsecretaria Regional de Educação, Secretaria Municipal de Educação, Ação Social, a Prefeitura Municipal de Campos Belos, Núcleo de Educação a Distância do Estado de Goiás, a Unidade Prisional e em especial a senhora Luciana Pedrosa Machado Viana.

Diretor responsável pelo Projeto: Josivaldo Moreira de Carvalho

FOTOS DO EVENTO
















domingo, 17 de junho de 2012

Cúpula dos Povos na Rio + 20



A Cúpula Rio+20, que será realizada em junho de 2012, no Rio de Janeiro, reunirá em um megaevento chefes de Estado e empresários de todo o mundo para construir “alternativas” para os problemas climáticos que a humanidade vem sofrendo por conta do modelo de desenvolvimento capitalista.

Essa cúpula surgiu a partir de uma proposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU), em 2007, com a finalidade de rediscutir os acordos internacionais para o meio ambiente 20 anos depois da Eco 92. Convocada oficialmente dois anos mais tarde, a conferência já se encontra em fase de preparação.

Como proposta inicial de pauta, a conferência deve avaliar os resultados dos acordos internacionais firmados na área de desenvolvimento sustentável. A discussão considerada mais importante é a avaliação da implementação dos acordos, relacionados ao histórico das conferências que foram construídas a partir da Eco 92. Hoje, se avalia que os acordos multilaterais construídos nessas
conferências não foram assumidos.

A Rio+20 discutirá também a chamada Economia Verde, considerada um dos vetores principais para alcançar o desenvolvimento sustentável e o alívio da pobreza. O terceiro ponto é a “governança global” para o meio ambiente, ligada à regulação do funcionamento dos agentes da Economia Verde. Ou seja, funcionaria como agência reguladora para a divisão dos recursos naturais
remanescentes.

A Economia Verde é um termo ainda sem uma conceituação muito clara, que coloca como mercadoria diversos recursos naturais. Por exemplo, a floresta nativa, a dinâmica da abelha na polinização e na realização do mel, que se transformam em “serviços ambientais” valorizados no mercado. Dessa forma, se mercantiliza os bens comuns, transformados em produtos nas bolsas de valores.

Histórico

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Eco 92, no Rio de Janeiro, reuniu representantes de quase todos os países do mundo para tomar medidas para a diminuição da degradação ambiental e garantir a existência de outras gerações. A intenção desse encontro era introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico.

A Eco 92 legitimou esse conceito, que abriu possibilidades para empresas e países continuarem suas ações predatórias. Neste momento, acontece o aprofundamento dessa visão com o conceito de Economia Verde (ou Capitalismo Verde), incluindo mais claramente o mercado como parte do “novo momento” do desenvolvimento sustentável.

Os debates realizados na ONU expressam que o modelo de acordos com compromissos firmados politicamente em nível mundial entre os países não são eficazes para gerar os avanços. O que vem sendo trabalhado, não só como conteúdo, mas também como processo das conferências (como em Copenhague e Cancún), é que cada país faz o que pode, desde que não prejudique a  sua economia. Como os acordos e compromissos assumidos nessas conferências não são cumpridos, são criadas metas voluntárias e novos acordos com outra filosofia (a do mercado), em vez de compromissos e  responsabilidades de forma coletiva e global. Com isso, fica de lado a responsabilidade por um desenvolvimento econômico com padrões de sustentabilidade mais rígidos.

Paralelamente ao encontro oficial, está sendo construído um grande espaço de reflexão e ação a partir da realidade dos povos, que deve ser um marco na trajetória das lutas globais por justiça social e ambiental. Esse espaço se soma ao processo que construímos desde a Eco 92, contribuindo para acumular forças na resistência, mobilizar contra as falsas soluções para a questão ambiental e apresentar novos paradigmas baseados na defesa da vida e dos bens comuns.

Contra a presença de empresas e Estados com o discurso da Economia Verde, queremos denunciar esse modelo de desenvolvimento que promove mudanças climáticas e injustiça ambiental, ampliando as desigualdades sociais. O que está em jogo é o controle dos territórios e da nossa biodiversidade. Tudo pode acabar se tornando mercadoria. Temos que nos organizar e fazer um amplo processo de formação para pressionar pela construção de acordos que realmente sejam colocados em prática pelos Estados.

O principal é colocarmos em evidencia as verdadeiras soluções e mostrar as realizações concretas que já estão em andamento. Dessa forma, poderemos repetir o que aconteceu na reunião sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas (CDB), em Curitiba, em 2006, quando conseguimos que fosse aprovada uma moratória global contra a experimentação e o uso da tecnologia Terminator, com o povo do campo e da cidade, de forma massiva.

FONTE:  www.mst.org.br

“A meta da Rio+20 é privatizar as decisões dos estados”







Por José Coutinho Júnior
Da Página do MST

Para Iara Pietricovsky, antropóloga e integrante do conselho de gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), a sociedade civil precisa estar atenta e mobilizada em relação aos debates na Conferência da Rio+20, pois conceitos importantes tratados e definidos na Rio92 podem estar ameaçados. Confira a entrevista que Iara concedeu à Página do MST.

A Rio+20 é uma consequência da Rio92. Quais são as principais diferenças no caráter político e na conjuntura em que as Conferências se realizam?

Em 1992, nós estávamos no ápice do neoliberalismo, e ideias como a privatização e o Estado mínimo estavam sendo aprofundadas. A conferência de 1992 foi um contraponto a esses ideais, mostrando que existiam outras coisas importantes que deviam ser consideradas, como os direitos humanos e a sustentabilidade ambiental.

A Rio92 desorganizou essa lógica neoliberal que assolava o mundo naquele momento. Vinte anos depois, estamos vivendo num mundo onde os paradigmas do neoliberalismo estão em crise. Em 92, ao pensar nos pilares social, econômico e ambiental, se desenvolveu princípios como o de responsabilidades diferenciadas entre os países, cuja ideia é que os países poluidores são os maiores responsáveis pela crise ambiental e, portanto, devem arcar com esta responsabilidade. Além de uma série de marcos regulatórios e princípios jurídicos internacionais ratificados por meio de tratados e convenções, que são fundamentais.

Hoje é o oposto. Estamos num mundo em crise, com os países e seus governos fragilizados, as corporações estão extremamente fortalecidas, pressionando e destituindo os estados de seu papel regulador e mediador.

Como conseqüência desse processo, a Rio+20 está diluída, pois o que foi constituído ao longo dos anos e conferências em relação aos direitos humanos está sendo reduzido. Ou seja, vivemos em tempos muito mais complexos e muito mais complicados, portanto é necessária maior consciência e ação política por parte dos cidadãos, organizações políticas e movimentos sociais em torno do que está se deliberando na Rio+20.

Em relação às metas da Rio92, o que foi cumprido até hoje?

É difícil dizer. Há uma série de leis e marcos legais que foram regulamentados. Hoje há o princípio das Responsabilidades Comuns, Mas Diferenciadas, fundamental para envolver, discutir e obrigar os países desenvolvidos a mudar seu padrão de produção e consumo, além de iniciativas e experiências do ponto de vista do desenvolvimento de tecnologias, da compreensão da necessidade de uma mudança de padrão no mundo.

Mas efetivamente, uma alternativa a essa forma de produção capitalista baseada em recursos naturais de forma infinita continua existindo na prática até hoje. E isso é o maior dos desafios que temos hoje na sociedade planetária. Se não nos mobilizarmos massivamente no sentido de mostrar tanto às corporações e transnacionais quanto aos governos - que vem respondendo mais aos interesses corporativos do que da dignidade humana das populações -, vamos perder um momento importante e transcendente para fazer essa reflexão de modelo de paradigma e desenvolvimento.

Nesse ano expira o protocolo de Quioto. Qual a sua avaliação dos resultados do protocolo?

A renovação do protocolo está sendo questionada. O protocolo essencialmente afirma as Responsabilidades Comuns, Mas Diferenciadas, ao dizer que os países ricos têm de pagar essa conta, pois eles foram e são os maiores predadores ambientais. Há também o debate de transferência de tecnologia: não é só acessar a tecnologia, é transferir, quebrar a lógica das patentes.

O que acontece é que nenhum país desenvolvido quer assumir essa responsabilidade. Essa força política que não quer renovar o protocolo quer partir para outro acordo que responsabilize em igual medida os países em desenvolvimento, o que configura uma inversão de valores e da responsabilidade histórica que os países desenvolvidos têm.

É fundamental que se aprove a renovação do protocolo. Assim como é fundamental que as metas de desenvolvimento sustentável que estão sendo propostas na Rio+20 peguem os países ricos. Eles têm de começar a mudar radicalmente e a pagar a conta. Não que nós não tenhamos responsabilidade, mas eles são os maiores responsáveis: o padrão de consumo e produção predatório é realizado em grande parte pelos países ricos.

Que metas de desenvolvimento sustentável são essas?

Essas metas são propostas de desenvolvimento que nasceram da Colômbia, mas que foram rapidamente aplaudidas pelos países ricos. São metas que pretendem substituir as Metas do Milênio, que fracassaram. Só que para essas metas serem efetivas, elas tinham que estar atreladas a um conteúdo diretamente relacionado aos princípios da Rio92, ou seja, o princípio do país poluidor-pagador, da precaução, que são princípios básicos. Todos os tratados que foram derivados da Rio92 estão atrelados a estes princípios.

O que as metas propostas hoje querem nesse momento é o contrário: estão retirando esses direitos, transformando essas metas em projetos de longo prazo, cujo exemplo maior é a proposta de dobrar a energia limpa do mundo. Ora, a energia limpa do mundo hoje corresponde a 4% do total. Em 2030, se dobrar, vamos para 8%. Isso não é nada.

Não se fala de transferência de tecnologia também. As metas, agora, são assim: em relação ao acesso universal a água, os governos estão sendo incapazes de garantir este direito. Então o conceito de universalização do direito a água da margem para se colocar metas pausadas, e quem vai realizar essa meta são os parceiros prioritários, através das parcerias público-privadas, nas quais o setor privado será o maior realizador dessas metas. As metas da Rio+20 privatizam as decisões que deveriam ser realizadas pelos estados e seus governos.

Aparentemente, há duas agendas, a dos países desenvolvidos e a dos subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Há posições conflitantes na agenda destes países?

Sim. O Estados Unidos não é um país signatário de nenhum tratado internacional. Com isso ele joga o jogo mas não se compromete com nada. Ele não quer direito humano algum, ele quer uma declaração simples, sem nenhuma obrigação. A Europa, por conta dessa crise absoluta, está numa posição defensiva; o Japão está em crise por causa dos terremotos, mas ele tem resoluções internas importantes na questão da sua sustentabilidade, mas não querem compartilhar isso com o mundo. Eles também rejeitam tudo que diz respeito aos direitos humanos.

O G-77, grupo de países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, do qual o Brasil faz parte, além de países africanos, árabes e da América Latina, é o grupo que está batalhando para reafirmar os tratados e convenções que foram aprovados desde a Rio92. Há contradições, inclusive dentro do Brasil, mas o fato é que esse conjunto de países tem uma defesa mais pró-ativa em relação à questão dos tratados e dos direitos.   

Você acredita que a Rio+20 vai conseguir avançar na criação de algum modelo efetivo para enfrentar as crises que vivemos?

A Rio+20 vai ser importante por colocar na agenda mundial novamente esse debate. O documento oficial vai ser fraco, ele vai simplesmente introduzir essas metas do desenvolvimento sustentável e dar uma agenda para o futuro. É preciso brigar para que os princípios e convenções da Rio92 permaneçam. Lutar para que todas as instâncias e capítulos sejam vinculados ao tema dos direitos humanos, econômicos, culturais, que foram constituídos ao longo destas últimas décadas.

Se isso não for feito, esse documento não vai ter poder nenhum de transformação. Mesmo assim, eu acho que este debate, nesse momento de crise mundial é fundamental, porque é a maneira que os movimentos sociais, as organizações de cidadãos e cidadãs que tem uma consciência do que está acontecendo e que querem se tornar ativos nesse processo, tem de apresentarem seus pensamentos, disputar com o poder da mídia hegemônica e das corporações. É um momento em que a gente consegue fazer uma inflexão de contracultura, de contraponto à tentativa que o modelo e o sistema têm de se readequar e reproduzir, vestido numa roupagem de economia verde, de sustentabilidade.

FONTE: www.mst.org.br

 

terça-feira, 12 de junho de 2012

MARCONI PERILO DEPÕE HOJE TERÇA FEIRA NA CPI QUE INVESTIGA RELAÇÕES DE CACHOEIRA


Audiência com governador de Goiás está marcada para as 10h15.

O governador Marconi Perillo (GO) e parlamentares do PSDB após reunião da CPI do Cachoeira no final de maio (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado)Está marcada para as 10h15 desta terça-feira (12) o depoimento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) na CPI que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários. As investigações da Polícia Federal que levaram à prisão do contraventor, acusado de corrupção e exploração de jogos ilegais, mostraram atuação do grupo nos governos de Goiás e Distrito Federal. Nesta quarta, a CPI ouve o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT).

Desde que surgiram as denúncias, Perillo negou relação próxima com Cachoeira e refutou a suspeita de que o grupo teria influência sobre a gestão. Antes da convocação, ele se dispôs a falar na CPI.

FONTE:  http://g1.globo.com

sexta-feira, 8 de junho de 2012

ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DA EDUCAÇÃO RECEBEM RECURSO DO GOVERNO ESTADUAL.


No dia 06 de junho de 2012 o Governador do Estado de Goiás Marconi Pirilo, Secretário Estadual da Educação Thiago Peixoto, Vice-Governador, Deputados entre outros estiveram presente em Campos Belos para entrega de Portarias de R$ 100.000,00 (cem mil) reais destinado a reformas das escolas Mariano Barbosa Junior, Professora Ricarda e Filismina Cardoso Batista. Além do recurso financeiro, o governador entregou também Fanfarra e Banda Musical para as escolas. 
O Professor Josivaldo Moreira de Carvalho Diretor do Colégio Estadual Professora Ricarda estava na lista dos que iriam fazer uma fala sobre os "beneficios" trazido pelo o governo. Porém, estrategicamente não foi  dado a fala ao Professor Josivaldo. Por que será? Sei que a assessoria de imprensa do Marconi quis saber antes do evento quem era o tal Josivaldo!!! Bom, já dar pra saber o porque ele não falou né!!! vejam alguns pontos que seriam destacado pelo Professor Josivaldo em sua fala:

INFRAESTRUTURA: A maioria da escolas da região Nordeste Goiano não tem quadra esportivas, laboratórios, bibliotecas, refeitório, dormitório (em escola Tempo Integral), banheiros danificados, espaço de secretaria inadequado, auditório para reunião e eventos, paredes de placas entre outros;

PEDAGÓGICO: Déficit de professores e agentes de serviços gerais, auxiliares de secretaria, seis meses sem recurso financeira para comprar todo material pedagogico e de limpeza, na maioria das escolas apenas tem dois coordenadores para três turnos entre outors;

SEGURANÇA: A violência entre os alunos aumenta cada dia mais, como lidar com essa situação sendo que as escolas não tem segurança (porteiros por exemplo), escolas que tem apenas um guarda, as medidas disciplinares aos alunos resumidas em atividade pedagógica e esses alunos indisciplinados não escuta nem a polícia imagina professores!!! entrada de drogas na escola, entre outros;

QUALIDADE DE ENSINO: Como garantir uma qualidade de ensino sem recurso financeiro para o pedagógico? Professores com carga horária no máximo ou estendendo em outra unidade escolar por causa do baixo salário, escolas sem espaço fisico adequado e apoio pedagógico, sem capacitação de professores, entre outros.

Esses entre outros pontos como: Escolas Kalungas, acessibilidade, livro didático, material pedagógico dos programas como correxão de fluxo, tempo integral, EJA e outros.

RECID OCUPOU O CENTRO OESTE

*Por Arilene Martins e Pedro Ferreira

No dia mundial do meio ambiente (05/06) realizamos o Recid Ocupa Centro Oeste em Goiânia, a ação aconteceu na praça do bandeirante centro da capital goiana.

Divulgamos e distribuímos o manifesto da Recid Centro Oeste em apoio às lutas contra hegemônica na região. Como por exemplo, a luta por um novo modelo agrícola, sendo necessário para tanto uma reforma agrária de fato, com produção diversificada e pautada na agroecologia. Além da luta pelo limite da propriedade rural, do cerrado, do pantanal, mata atlântica e da floresta amazônica.

Denunciamos o uso criminoso dos agrotóxicos nas grandes plantações de cana de açúcar e soja na região, mostrando o quanto isso não é só prejudicial ao meio ambiente como também a nossa saúde.

Pontuamos o retrocesso que tem sido as alterações que estão sendo propostas a o código florestal brasileiro assim como a crescente criminalização da pobreza e dos movimentos populares, em especial o extermínio da juventude, dos povos indígenas e dos movimentos que lutam por reforma agrária.

 Também falamos a cerca do processo de privatização dos bens públicos, da especulação imobiliária e da corrupção, colocando para população a necessidade de uma reforma política.

A população goianiense que passou na praça do bandeirante foi bem receptiva com a ação, pegando o nosso manifesto assim como fazendo declarações de apoio a nossa luta.

O povo com a palavra

Nesse sentido o microfone foi aberto para que as pessoas que estavam passando pudessem se expressar a cerca das dificuldades enfrentada pela classe trabalhadora no dia-a-dia.

Sendo esse um dos momentos mais significativos da atividade. Pois varias companheir@s tomaram o microfone e falaram a cerca descaso com a saúde pública, com o transporte coletivo a criminalização da pobreza e a corrupção.

E ocupamos o Centro Oeste

Essa atividade foi ou está sendo realizada em todos os estados do Centro Oeste (MT, MS, GO e DF), organizada pelos educadores e educadoras populares que constroem a RECID na região em conjunto com os movimentos populares.

A luta continua

A atividade foi avaliada como muito positiva, sobretudo pela receptividade e apoio da população. Foram distribuídos centenas de manifesto pontuando e defendendo as principais lutas do movimento popular na região. Assim também como as falas que reafirmaram a necessidade do povo se organizar e lutar para fazer as transformações necessárias potencializando as lutas que já vem sendo desencadeadas, a exemplo da luta pela reforma agrária, em defesa do meio ambiente e contra o novo código florestal, contra as privatizações entre outros.

A atividade com certeza contribui para construir uma unidade maior entre as lutas que vem sendo desencadeadas na região, mais, sobretudo mostra a necessidade de ocuparmos ruas e praças para dialogar com a população, e trazê-los para os movimentos organizados, pois é impossível fazermos as transformações necessárias sem o povo organizado.

O ocupa Centro Oeste mostra também a importância de não fazermos política só para dentro, sendo por tanto necessário ir ao encontro da população para dialogar com a mesma. Com uma estrutura mínima é possível fazer uma grande ação de agitação fazendo com que os trabalhadores e trabalhadoras reflitam minimamente.

*Educadores Populares da RECID-GO.
 

segunda-feira, 4 de junho de 2012

RECID OCUPA O CENTRO OESTE

PARTICIPEM,
NESTA TERÇA FEIRA DIA 05 DE JUNHO DE 2012
A REDE DE EDUCAÇÃO CIDADÃ OCUPARÁ O CENTRO OESTE.
VENHAM TODOS E TODAS PARA ESTE MOMENTO MARCO NA HISTÓRIA DA RECID.
MANIFESTO EM APOIO AS LUTAS POPULARES NA REGIÃO CENTRO OESTE.


Em apoio às lutas e mobilizações populares no Centro Oeste brasileiro contra o modelo hegemônico na região

Nós, educadoras e educadores populares que construímos a Rede de Educação Cidadã no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás, manifestamos nosso total e incondicional apoio às lutas populares desencadeadas na região contra o modelo político, social e econômico dominante.

Reafirmamos nosso compromisso com as lutas e construção do Poder Popular no Brasil, potencializando as lutas desencadeadas na região e participando de sua construção como exercício de cidadania, a partir dos nossos processos de formação e busca incessante pela unidade das organizações de luta da classe trabalhadora. Neste sentido apresentamos as seguintes bandeiras de luta à população do centro-oeste:


1- Por Reforma Agrária, contra o novo código florestal e contra o uso criminoso de agrotóxicos;

A terra na região centro oeste é concentrada nas mãos de poucas famílias. Os latifúndios dos históricos coronéis se modernizaram transformando-se em empresas. Hoje o setor é chamado de agronegócio, mas continua gerando riquezas para poucas pessoas, explorando o trabalho de camponeses que não tem terra para produzir, produzindo poucas culturas em larga escala (soja, cana, milho, sorgo, capim, etc.), em geral, para exportar ou para alimentação animal. Sua finalidade é o lucro, e não a produção diversificada de alimentos saudáveis como quer que acreditemos a Confederação Nacional da Agricultura (entidade que representa os interesses dos grandes empresários da terra). Tanto que 70% do alimento produzido no país vêm das pequenas propriedades da agricultura familiar e camponesa segundo dados do censo agropecuário divulgado pelo IBGE em 2006 e retificados em 2009.

Infelizmente nos últimos anos a reforma agrária saiu da pauta do Governo Federal, pouco se avançou no assentamento de novas famílias, bem como nas políticas voltadas para as famílias assentadas. O ano de 2011 foi o pior, para o processo de reforma agrária, dos últimos 16 anos. Somado ao crescente apoio ao agronegócio percebemos que o governo não assumiu uma política de reforma agrária de fato.

Historicamente no Centro-Oeste, temos governos ligados ao agronegócio, não existe por parte dos Estados da região quase nenhuma política efetiva de apoio a agricultura familiar e camponesa, as que existem são insuficientes. Por outro lado há um processo de intensificação da criminalização daqueles que lutam por um pedaço de terra como mostra os dados sobre conflitos no campo levantados pela Comissão Pastoral da Terra.

O Centro-Oeste brasileiro é a região símbolo do agronegócio, e isso não seria possível sem o apoio incondicional dos governos estaduais e federal nas suas três esferas – Executivo, Legislativo e Judiciário. Lutar por reforma agrária é lutar por uma política de inclusão social de fato, é lutar por outro modelo agrícola pautado na agroecologia, é lutar pela produção saudável de alimentos, é lutar pela democratização do acesso a terra, é lutar pela proteção ambiental, por isso damos nosso total apoio à luta por reforma agrária e repudiamos qualquer ação de paralisação da mesma.

Modelo agrícola Pautado na destruição ambiental

O modelo agrícola brasileiro e, sobretudo na região Centro-Oeste tem devastado o nosso Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Floresta Amazônica. A recente aprovação pelo Congresso Nacional de alterações no código florestal, mostra que o Legislativo, na sua maioria, quer continuar apoiando esse modelo de devastação e destruição ambiental. Mesmo com os vetos parciais da presidente Dilma, as alterações feitas no código florestal são um retrocesso para a questão ambiental no Brasil. Sobretudo no ano em que sediamos a RIO+20.

Agrotóxico mata! Todo apoio a campanha permanente contra os agrotóxicos

O Brasil é o campeão mundial no uso de agrotóxicos, “Na safra 2010/2011, o Brasil comercializou mais de um bilhão de litros de agrotóxicos, sem contar os comercializados ilegalmente que em regiões agrícolas, tais como os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Paraná, são de uso muito comum” (ABRASCO). Isso é o reflexo do modelo agrícola brasileiro pautado na monocultura e grande concentração de terra. No entanto, sabemos que os agrotóxicos são prejudiciais tanto para o meio ambiente como para as pessoas que se alimentam com comidas contaminadas por agrotóxicos ou que vivemos próximos a regiões de grandes lavouras.

Pesquisas realizadas no Mato Grosso mostraram que o leite já vem contaminado com agrotóxicos, além de vários outros casos de trabalhadores/as que adoeceram ou morreram pelo contato com o agrotóxico.
Os ruralistas defendem que o único jeito de produzir alimentos para o mercado interno e para exportação é envenenando as lavouras. Ou seja, dizem que a maioria da população só pode se alimentar se for com veneno. A preocupação deles não é com a saúde da população ou pela questão ambiental, mais sim de permanecerem obtendo lucros exorbitantes. Nós apoiamos totalmente a luta contra os agrotóxicos por entendermos que isso é uma questão de saúde pública. E reafirmamos a necessidade de outro modelo agrícola brasileiro pautada na produção diversificada de alimentos e na agroecologia, sem o uso de agrotóxicos e agressões ao meio ambiente.

"Sonha e serás livre de espírito... Luta e serás livre na vida. "
(Che Guevara)

FONTE: REDE DE EDUCAÇÃO CIDADÃ DE GOIÁS.