PARTICIPEM,
NESTA TERÇA FEIRA DIA 05 DE JUNHO DE 2012
A REDE DE EDUCAÇÃO CIDADÃ OCUPARÁ O CENTRO OESTE.
VENHAM TODOS E TODAS PARA ESTE MOMENTO MARCO NA HISTÓRIA DA RECID.
MANIFESTO EM APOIO AS LUTAS POPULARES NA REGIÃO CENTRO OESTE.
Em apoio às lutas e mobilizações
populares no Centro Oeste brasileiro contra o modelo hegemônico na
região
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Nós, educadoras e educadores
populares que construímos a Rede de Educação Cidadã no Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Distrito Federal e Goiás, manifestamos nosso total e incondicional apoio
às lutas populares desencadeadas na região contra o modelo político, social e
econômico dominante.
Reafirmamos
nosso compromisso com as lutas e construção do Poder Popular no Brasil,
potencializando as lutas desencadeadas na região e participando de sua
construção como exercício de cidadania, a partir dos nossos processos de
formação e busca incessante pela unidade das organizações de luta da classe
trabalhadora. Neste sentido apresentamos as seguintes bandeiras de luta à
população do centro-oeste:
1- Por Reforma Agrária, contra o novo
código florestal e contra o uso criminoso de
agrotóxicos;
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A terra na região centro oeste é
concentrada nas mãos de poucas famílias. Os latifúndios dos históricos coronéis
se modernizaram transformando-se em empresas. Hoje o setor é chamado de
agronegócio, mas continua gerando riquezas para poucas pessoas, explorando o
trabalho de camponeses que não tem terra para produzir, produzindo poucas
culturas em larga escala (soja, cana, milho, sorgo, capim, etc.), em geral, para
exportar ou para alimentação animal. Sua finalidade é o lucro, e não a produção
diversificada de alimentos saudáveis como quer que acreditemos a Confederação
Nacional da Agricultura (entidade que representa os interesses dos grandes
empresários da terra). Tanto que 70% do alimento produzido no país vêm das
pequenas propriedades da agricultura familiar e camponesa segundo dados do censo
agropecuário divulgado pelo IBGE em 2006 e retificados em 2009.
Infelizmente nos
últimos anos a reforma agrária saiu da pauta do Governo Federal, pouco se
avançou no assentamento de novas famílias, bem como nas políticas voltadas para
as famílias assentadas. O ano de 2011 foi o pior, para o processo de reforma
agrária, dos últimos 16 anos. Somado ao crescente apoio ao agronegócio
percebemos que o governo não assumiu uma política de reforma agrária de
fato.
Historicamente
no Centro-Oeste, temos governos ligados ao agronegócio, não existe por parte dos
Estados da região quase nenhuma política efetiva de apoio a agricultura familiar
e camponesa, as que existem são insuficientes. Por outro lado há um processo de
intensificação da criminalização daqueles que lutam por um pedaço de terra como
mostra os dados sobre conflitos no campo levantados pela Comissão Pastoral da
Terra.
O Centro-Oeste
brasileiro é a região símbolo do agronegócio, e isso não seria possível sem o
apoio incondicional dos governos estaduais e federal nas suas três esferas –
Executivo, Legislativo e Judiciário. Lutar por reforma agrária é lutar por uma
política de inclusão social de fato, é lutar por outro modelo agrícola pautado
na agroecologia, é lutar pela produção saudável de alimentos, é lutar pela
democratização do acesso a terra, é lutar pela proteção ambiental, por isso
damos nosso total apoio à luta por reforma agrária e repudiamos qualquer ação de
paralisação da mesma.
Modelo agrícola Pautado na destruição
ambiental
O modelo
agrícola brasileiro e, sobretudo na região Centro-Oeste tem devastado o nosso
Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Floresta Amazônica. A recente aprovação pelo
Congresso Nacional de alterações no código florestal, mostra que o Legislativo,
na sua maioria, quer continuar apoiando esse modelo de devastação e destruição
ambiental. Mesmo com os vetos parciais da presidente Dilma, as alterações feitas
no código florestal são um retrocesso para a questão ambiental no Brasil.
Sobretudo no ano em que sediamos a RIO+20.
Agrotóxico mata! Todo apoio a
campanha permanente contra os agrotóxicos
O Brasil é o
campeão mundial no uso de agrotóxicos, “Na safra 2010/2011, o Brasil
comercializou mais de um bilhão de litros de agrotóxicos, sem contar os
comercializados ilegalmente que em regiões agrícolas, tais como os estados de
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Paraná, são de uso muito comum” (ABRASCO).
Isso é o reflexo do modelo
agrícola brasileiro pautado na monocultura e grande concentração de terra. No
entanto, sabemos que os agrotóxicos são prejudiciais tanto para o meio ambiente
como para as pessoas que se alimentam com comidas contaminadas por agrotóxicos
ou que vivemos próximos a regiões de grandes lavouras.
Pesquisas
realizadas no Mato Grosso mostraram que o leite já vem contaminado com
agrotóxicos, além de vários outros casos de trabalhadores/as que adoeceram ou
morreram pelo contato com o agrotóxico.
Os ruralistas
defendem que o único jeito de produzir alimentos para o mercado interno e para
exportação é envenenando as lavouras. Ou seja, dizem que a maioria da população
só pode se alimentar se for com veneno. A preocupação deles não é com a saúde da
população ou pela questão ambiental, mais sim de permanecerem obtendo lucros
exorbitantes. Nós apoiamos totalmente a luta contra os agrotóxicos por
entendermos que isso é uma questão de saúde pública. E reafirmamos a necessidade
de outro modelo agrícola brasileiro pautada na produção diversificada de
alimentos e na agroecologia, sem o uso de agrotóxicos e agressões ao meio
ambiente.
"Sonha e serás livre de
espírito... Luta e serás livre na vida. "
(Che Guevara)
(Che Guevara)
FONTE: REDE DE EDUCAÇÃO CIDADÃ DE GOIÁS.
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