segunda-feira, 4 de junho de 2012

RECID OCUPA O CENTRO OESTE

PARTICIPEM,
NESTA TERÇA FEIRA DIA 05 DE JUNHO DE 2012
A REDE DE EDUCAÇÃO CIDADÃ OCUPARÁ O CENTRO OESTE.
VENHAM TODOS E TODAS PARA ESTE MOMENTO MARCO NA HISTÓRIA DA RECID.
MANIFESTO EM APOIO AS LUTAS POPULARES NA REGIÃO CENTRO OESTE.


Em apoio às lutas e mobilizações populares no Centro Oeste brasileiro contra o modelo hegemônico na região

Nós, educadoras e educadores populares que construímos a Rede de Educação Cidadã no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás, manifestamos nosso total e incondicional apoio às lutas populares desencadeadas na região contra o modelo político, social e econômico dominante.

Reafirmamos nosso compromisso com as lutas e construção do Poder Popular no Brasil, potencializando as lutas desencadeadas na região e participando de sua construção como exercício de cidadania, a partir dos nossos processos de formação e busca incessante pela unidade das organizações de luta da classe trabalhadora. Neste sentido apresentamos as seguintes bandeiras de luta à população do centro-oeste:


1- Por Reforma Agrária, contra o novo código florestal e contra o uso criminoso de agrotóxicos;

A terra na região centro oeste é concentrada nas mãos de poucas famílias. Os latifúndios dos históricos coronéis se modernizaram transformando-se em empresas. Hoje o setor é chamado de agronegócio, mas continua gerando riquezas para poucas pessoas, explorando o trabalho de camponeses que não tem terra para produzir, produzindo poucas culturas em larga escala (soja, cana, milho, sorgo, capim, etc.), em geral, para exportar ou para alimentação animal. Sua finalidade é o lucro, e não a produção diversificada de alimentos saudáveis como quer que acreditemos a Confederação Nacional da Agricultura (entidade que representa os interesses dos grandes empresários da terra). Tanto que 70% do alimento produzido no país vêm das pequenas propriedades da agricultura familiar e camponesa segundo dados do censo agropecuário divulgado pelo IBGE em 2006 e retificados em 2009.

Infelizmente nos últimos anos a reforma agrária saiu da pauta do Governo Federal, pouco se avançou no assentamento de novas famílias, bem como nas políticas voltadas para as famílias assentadas. O ano de 2011 foi o pior, para o processo de reforma agrária, dos últimos 16 anos. Somado ao crescente apoio ao agronegócio percebemos que o governo não assumiu uma política de reforma agrária de fato.

Historicamente no Centro-Oeste, temos governos ligados ao agronegócio, não existe por parte dos Estados da região quase nenhuma política efetiva de apoio a agricultura familiar e camponesa, as que existem são insuficientes. Por outro lado há um processo de intensificação da criminalização daqueles que lutam por um pedaço de terra como mostra os dados sobre conflitos no campo levantados pela Comissão Pastoral da Terra.

O Centro-Oeste brasileiro é a região símbolo do agronegócio, e isso não seria possível sem o apoio incondicional dos governos estaduais e federal nas suas três esferas – Executivo, Legislativo e Judiciário. Lutar por reforma agrária é lutar por uma política de inclusão social de fato, é lutar por outro modelo agrícola pautado na agroecologia, é lutar pela produção saudável de alimentos, é lutar pela democratização do acesso a terra, é lutar pela proteção ambiental, por isso damos nosso total apoio à luta por reforma agrária e repudiamos qualquer ação de paralisação da mesma.

Modelo agrícola Pautado na destruição ambiental

O modelo agrícola brasileiro e, sobretudo na região Centro-Oeste tem devastado o nosso Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Floresta Amazônica. A recente aprovação pelo Congresso Nacional de alterações no código florestal, mostra que o Legislativo, na sua maioria, quer continuar apoiando esse modelo de devastação e destruição ambiental. Mesmo com os vetos parciais da presidente Dilma, as alterações feitas no código florestal são um retrocesso para a questão ambiental no Brasil. Sobretudo no ano em que sediamos a RIO+20.

Agrotóxico mata! Todo apoio a campanha permanente contra os agrotóxicos

O Brasil é o campeão mundial no uso de agrotóxicos, “Na safra 2010/2011, o Brasil comercializou mais de um bilhão de litros de agrotóxicos, sem contar os comercializados ilegalmente que em regiões agrícolas, tais como os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Paraná, são de uso muito comum” (ABRASCO). Isso é o reflexo do modelo agrícola brasileiro pautado na monocultura e grande concentração de terra. No entanto, sabemos que os agrotóxicos são prejudiciais tanto para o meio ambiente como para as pessoas que se alimentam com comidas contaminadas por agrotóxicos ou que vivemos próximos a regiões de grandes lavouras.

Pesquisas realizadas no Mato Grosso mostraram que o leite já vem contaminado com agrotóxicos, além de vários outros casos de trabalhadores/as que adoeceram ou morreram pelo contato com o agrotóxico.
Os ruralistas defendem que o único jeito de produzir alimentos para o mercado interno e para exportação é envenenando as lavouras. Ou seja, dizem que a maioria da população só pode se alimentar se for com veneno. A preocupação deles não é com a saúde da população ou pela questão ambiental, mais sim de permanecerem obtendo lucros exorbitantes. Nós apoiamos totalmente a luta contra os agrotóxicos por entendermos que isso é uma questão de saúde pública. E reafirmamos a necessidade de outro modelo agrícola brasileiro pautada na produção diversificada de alimentos e na agroecologia, sem o uso de agrotóxicos e agressões ao meio ambiente.

"Sonha e serás livre de espírito... Luta e serás livre na vida. "
(Che Guevara)

FONTE: REDE DE EDUCAÇÃO CIDADÃ DE GOIÁS.

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