sábado, 27 de julho de 2013

PAPA FRANCISCO RECEBE CARTA DAS PASTORAIS DO CAMPO



A Comissão Pastoral da Terra (CPT), junto com as Pastorais do Campo, como Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Serviço Pastoral do Migrante (SPM) e Pastoral da Juventude Rural (PJR), enviaram, através de Dom Enemésio Lazzaris, presidente da CPT, Carta ao Papa Francisco chamando-o para conhecer a realidade das comunidades rurais no Brasil. O documento, assinado por Dom Enemésio, salienta a postura simples do novo Papa, e as recorrentes falas de aproximação da Igreja aos pobres. Da mesma forma, apresenta o trabalho das Pastorais do Campo, que ouvem os clamores desses povos e suas lutas cotidianas pela garantia de seus direitos e pela permanência na terra.
A Carta destaca que a regularização dos territórios tradicionalmente ocupados e da tão sonhada reforma agrária, ainda são assuntos intermitentes na pauta governamental. Ao mesmo tempo, as Pastorais demonstram esperança de que um dia o Papa possa visitar essas comunidades, dando uma demonstração concreta do compromisso da Igreja, conforme Jesus, com os pobres na terra.
Confira o documento:

Caríssimo Irmão Francisco, 
Como é bom nos dirigir ao senhor chamando-o simplesmente de irmão, sem qualquer outro título que o distancie do projeto de Jesus. Sentimo-nos muito próximos do senhor por esta sua postura simples e sonhamos com um dia a Igreja se ver totalmente livre, simples e pobre como Jesus de Nazaré, ao lado dos pobres com tantos rostos e nomes. Queremos saudar sua presença no Brasil na Jornada Mundial da Juventude.
Quem somos nós? Somos um conjunto de pastorais da igreja que atuam junto aos homens e mulheres do campo e das águas: o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que atua junto aos povos indígenas de todo o Brasil; a Comissão Pastoral da Terra, CPT, que tem sua atuação junto às diversas categorias de camponeses e camponesas, junto aos trabalhadores e trabalhadoras sem-terra, aos pequenos agricultores familiares, às comunidades quilombolas (comunidades remanescentes formadas por afrodescendentes fugidos da escravidão) e junto aos trabalhadores que acabam submetidos a condições análogas ao trabalho escravo; o Conselho Pastoral dos Pescadores, CPP, que tem como objetivo ser presença de gratuidade evangélica no meio dos pescadores e pescadoras artesanais, estimulando suas organizações para a preservação do meio ambiente e a permanência em seus territórios tradicionais;  o Serviço Pastoral dos Migrantes, SPM, que desenvolve sua ação junto às famílias que constantemente migram em busca de melhores condições de vida, ou de pessoas que todos os anos procuram em outras regiões, longe de suas casas,  trabalhos temporários;  a Pastoral da Juventude Rural, PJR, que atua com os jovens camponeses.
Neste serviço solidário ouvimos todos os dias os gemidos de dor e angústia de milhares de famílias que foram ou ainda são espoliadas de suas terras, de seus meios de subsistência e de sua cultura, que são discriminadas e invisibilizadas Os direitos destes povos, comunidades e famílias são constantemente negados para abrir espaço ao avanço de empresas e empreendimentos capitalistas com seus grandes projetos de “desenvolvimento” com construção de hidrelétricas, exploração de minérios, monocultivos do agronegócio e outros que tudo querem transformar em mercadoria.
Quando alguns direitos são reconhecidos, acabam não sendo respeitados. Para serem reconhecidos é preciso percorrer um penoso e desgastante processo que se prolonga por décadas. Isto acontece, sobretudo quando se trata do direito aos territórios dos povos indígenas, das comunidades quilombolas, dos pescadores e ribeirinhos e de outras comunidades tradicionais. Porém o reconhecimento e regularização destes territórios e a sonhada Reforma Agrária continuam presentes na sua pauta.
Este trabalho evangélico desenvolvido por bispos, padres, religiosos e religiosas e, sobretudo, por leigos e leigas sofre o ataque de diversos setores da sociedade, em especial daqueles que se colocam como os únicos portadores de direitos, em particular do direito de propriedade e dos que os apoiam. O mais angustiante, porém, é que esta incompreensão a encontramos também em setores da própria igreja e da parte de muitos bispos e padres que estão mais ao lado dos que têm bens e poder, do que ao lado dos pobres.
Irmão Francisco, cada vez que o ouvimos falar que a igreja deve sair de dentro de suas estruturas e estar ao lado dos pobres para ouvir seus clamores e sentir de perto seus sofrimentos, nos sentimos apoiados e fortalecidos em nosso trabalho e em nossa Missão que é a missão samaritana de ajudar a que os caídos se levantem e caminhem por si, a que os oprimidos ergam a cabeça reconhecendo sua dignidade de filhos e filhas de Deus.
Gostaríamos imensamente que um dia o senhor pudesse pessoalmente conhecer de perto a realidade do povo das comunidades com as quais trabalhamos para dar-lhes uma palavra de incentivo e afeto. Mas como no momento não é possível, gostaríamos que mesmo de longe envie sua palavra de conforto para eles  que sofrem a cada dia as violências e as ameaças à vida e à dignidade humana.
Que o Senhor que é pai e mãe de todos abençoe seu ministério à frente da Igreja e abençoe a todos e todas nós.

                                                       Dom Enemésio Lazzaris                                                    
                                        Bispo de Balsas - MA                                      
Presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT)

sexta-feira, 26 de julho de 2013

MOBILIZAÇÃO PARA O GRITO DOS EXCLUÍDOS E EXCLUÍDAS DE GOIAS 2013

“Juventude que Ousa Lutar, Constrói o Projeto Popular”


CONVIDAMOS TODAS ORGANIZAÇOES E MOVIMENTOS POPULARES, PASTORAIS SOCIAIS E GRUPOS AFINS PARA COLOCAR SEU BLOCO NA RUA NO DIA 7 DE SETEMBRO!

Convidar, todas as Pastorais Sociais, Movimentos populares, Organizações Populares, Grupos Organizados e Mandatos Populares  que tem como finalidade: apoiar, ser solidário  na promoção da vida, na defesa dos direitos humanos e no resgate da cidadania, dando visibilidade a  luta da classe trabalhadora .
            Nesse processo de 19 anos de existência, muitos movimentos e organizações já passaram por este espaço dando contribuições significativas. Este ano de 2013 o cenário, infelizmente não está muito diferente no ano anterior - 2012, diante da conjuntura atual, precisamos dar continuidade com a articulação junto aos Movimentos Populares de Goiás, queremos construído um processo de mobilização com o objetivo de explicitar as Lutas de Classe trabalhadora,  por políticas estruturantes em nosso pais, dentre elas, a luta por uma Educação de qualidade, pela não privatização dos bens públicos, pela reforma agrária, por uma política de segurança pública, pela não criminalização  da juventude empobrecida e dos Movimentos Populares e tantos outras questões da conjuntura que sempre pautaram os movimento Populares.

            Por isso, CONVIDAMOS todos os Movimentos Populares,  Organizações Populares, Pastorais Sociais, Mandatos Populares e Sindicatos para que no dia 1º de Agosto as 17h, a participarem de uma reunião em preparação ao GRITO DOS EXCLUÍDOS 2013,  que tem como tema Nacional –“ Juventude que Ousa Lutar, Constrói o Projeto Popular

Para mais informações: ligue 3203-5322 ou 92076852

Atenciosamente,


                        _____________________________________________________________
Articulação do Grito dos Excluídos  2013

quinta-feira, 11 de julho de 2013

CULTIVO DE ARROZ NA INDONÉSIA

 
 





O Arroz alimenta mais da metade da população humana do mundo. É a terceira maior cultura cerealífera do mundo, apenas ultrapassada pelas de milho e trigo. É rico em hidratos de carbono. O arroz é um carboidrato carbono onde os hidratos de carbono fornecem energia ao corpo e os "complexos" mantêm o nível de energia por períodos maiores. Na alimentação com arroz, há uma economia de proteínas, pois o corpo não usa a proteína da dieta ou das reservas pra abastecer as necessidades de energia. A proteína do arroz é a mais nobre entre os cereais. Para poder ser cultivado com sucesso, o arroz necessita de água em abundância, para manter a temperatura ambiente dentro de intervalos adequados, e, nos sistemas tradicionais, de mão-de-obra intensiva. Desenvolve-se bem mesmo em terrenos muito inclinados e é costume, nos países do sudeste asiático, encontrarem-se socalcos onde é cultivado. Em qualquer dos casos, a água mantém-se em constante movimento, embora circule a velocidade muito reduzida.
A Indonésia é o terceiro pais no mundo no cultivo de Arroz perdendo pra China em Primeiro e pra Índia em Segundo lugar e o Brasil segue em Nono lugar.  Pelas pesquisas realizadas o arroz foi cultivado primeiramente na região do vale do Rio Yangtzé na China. Estudos morfológicos de fitólitos de arroz no sítio arqueológico Diaotonghuan mostram claramente a transição da coleta de arroz selvagem para o cultivo de arroz plantado.
A população da Indonésia está aumentando à taxa de 2% ao ano e seu governo vem tentanda desesperadamente alcançar auto-suficiência em arroz para alimentar sua população. Eles esperam consegui-lo agregando as terras atualmente improdutivas, como áreas de inundação de maré em Kalimantan, ás atividade de cultivo e aumentando o número de safras de arroz cultivadas por ano com o chamado arroz de maré.
A agricultura continua sendo o setor econômico dominante na Indonésia, e a segurança alimentar é uma grande prioridade. Ainda há um potencial considerável para aumento da produção de arroz e esse é um objetivo estratégico do governo para a próxima década.
Em uma visita que fizemos na comunidade na Provinsi Jawa Barat na Indonésia vimos que as áreas irrigadas é comum o cultivo de pelo menos duas safras de arroz transplantado todo ano, utilizando métodos tradicionais de cultivo. Em algumas áreas, onde a irrigação é adequada o ano todo, é possível cultivar uma terceira safra; mas, na maioria das áreas, devido à falta de água, só se consegue cultivar uma fraca safra de milho ou de soja. Entretanto, acredita-se agora que é possível plantar três safras de arroz em todas as áreas, se a terceira for estabelecida por semeadura direta em vez de transplante. Utilizando esta técnica, a lavoura pode ser plantada mais cedo e, portanto, terá mais tempo para crescer para proporcionar uma boa colheita. A comunidade festeja a safra do arroz e também de todos os alimentos colhido na terra com muita dança e belas musicas, todos e todas se alimentando das mais diversos alimentos da região.
 
Josivaldo Moreira de Carvalho (0rg.)