Solidariedade ao companheiro Joaquim demitido pela AMBEV por defender os direitos dos trabalhadores
Toda solidariedade ao
companheiro Joaquim Aristeu Benedito da Silva, militante do Bloco de
Resistência Socialista e da
CSP-Conlutas demitido por justa causa por ter denunciado morte de
trabalhador na AMBEV onde o companheiro trabalhava. Exigimos sua
integração imediata. Segue abaixo relato do companheiro sobre todo o
processo assim como a solicitação de solidariedade a todas as
organizações da classe trabalhadora.
UM RELATO SOBRE OS MOTIVOS QUE
LEVOU A AMBEV A NOS DEMITIR POR JUSTA CAUSA
*Por Joaquim Aristeu Benedito da Silva
Companheiros
e companheiras, já estou na luta dos trabalhadores a mais de 30 anos, só na
AmBev agora em agosto faço 24 anos, e faria tudo de novo principalmente das
coisas certas que fiz e corrigiria algumas das coisas erradas que com certeza
cometemos durante todos estes anos, mais de uma coisa eu não abriria mão de
maneira alguma, defender aqueles que hoje só detém sua força de trabalho contra
a exploração e a opressão por parte dos patrões.
E
se neste momento estou bastante preocupado com a minha condição pessoal, aliás,
tenho uma família e sei das dificuldades que uma justa causa pode me trazer
para mim e para eles, porém tenho muito orgulho por estar sendo demitido
por justa causa temporariamente porque não trai os trabalhadores e junto com
outros 4 valentes cipeiros e os representantes do sindicato não
abrimos mão em defender o trabalhador morto e denunciamos as falhas
da empresa no acidente e não aceitamos as pressões para que omitíssemos com
relação aos verdadeiros culpados pelo acidente e a morte de um trabalhador de
25 anos de idade e um filho que ainda nasceria daqui a três meses.
Não nos
curvamos diante da maior cervejaria do mundo, ficamos do lado dos
trabalhadores, e isso fez com que houvesse dois relatórios no acidente, um da
chefia votado pelos seus aliados e cipeiros traidores, e outro relatório que
foi votado por 5 cipeiros entre eles nós, relatório este incorporado pelo nosso
sindicato que estava presente na reunião e na investigação.
Saindo
desta reunião nós confeccionamos uma ata paralela relatando aquilo que nós como
o condutor da reunião, haja visto que quem teria que dirigir esta reunião o presidente
da Cipa não se fazia presente e eu como vice presidente a contra gosto da
gerencia havíamos dirigido a reunião, só que a ata oficial seria feito por
gente da empresa e não estaria relatado nada daquilo que havíamos falado na
reunião.
Depois de
feito esta ata nós tornamos ela publica e junto a isso a CSP- Conlutas havia
votado uma moção de apoio sobre o ocorrido e colocado esta moção em seu site,
também o CWI/CIT organização internacional a qual eu Joaquim milito
publicou na integra a moção publicada pela CSP-Conlutas e a mesma circulou em
mais de 45 países, isto fez com que a direção da AMBEV ficasse muito zangada,
inclusive na reunião da Cipa a qual houve a votação sobre o acidente a gerencia
me ameaçou devido à moção que estava circulando no site da CSP- Conlutas.
Passado
42 dias após o acidente e 5 dias após eu ter retornado de férias fui chamado
pela gerencia e comunicado que haviam aberto uma comissão de investigação e que
devido a estas minhas denuncias na internet e no site da CSP-Conlutas sobre o
acidente eu estava sendo demitido por justa causa.
Camaradas
diante deste relato eu gostaria de chamar o apoio de todas e de todos,
trabalhadores, sindicalistas, dirigentes do movimento sindical e popular e
estudantes, e realizássemos uma grande campanha denunciando esta sacanagem
da maior cervejaria do mundo e exigir o nosso retorno imediato para dentro da
AmBev.
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